A tentativa de golpe de Estado que abalou o Brasil em 2022 segue sendo um dos temas mais discutidos no cenário político e jurídico do país. Nesta quinta-feira, 13 de março de 2025, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou uma decisão importante ao liberar para julgamento a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados. w2r3c
Esse grupo, identificado como o “núcleo 1” da suposta organização criminosa, é apontado como o coração de um plano que buscava subverter a democracia. Mas quem são essas pessoas e o que está em jogo nesse julgamento? Vamos explorar isso juntos, de forma simples e clara, para que você entenda o impacto dessa decisão e reflita sobre os rumos da justiça brasileira.
Quando falamos que uma denúncia foi “liberada para julgamento”, significa que o relator do caso, no caso o ministro Alexandre de Moraes, concluiu sua análise inicial e enviou o processo para que os ministros da Primeira Turma do STF decidam se aceitam ou não a denúncia. Se aceita, os acusados se tornam réus e am a responder formalmente a um processo criminal. O julgamento está marcado para começar no dia 25 de março de 2025, e o foco estará sobre as figuras centrais dessa trama, segundo a PGR.
Esse é um momento crucial, pois coloca em xeque não apenas a conduta dos envolvidos, mas também a capacidade das instituições democráticas de responderem a ameaças graves. O que você acha: será que esse julgamento pode mudar a forma como vemos a política no Brasil?
A denúncia da PGR abrange um total de 34 pessoas, mas, neste primeiro momento, o foco está em oito nomes que compõem o chamado “núcleo 1”. Além de Jair Bolsonaro, ex-presidente da República e figura central na investigação, sete outros indivíduos foram liberados para julgamento por Moraes. Vamos conhecê-los:
Mauro Cid: tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Cid é uma peça-chave no caso, especialmente após sua delação premiada, que trouxe detalhes sobre os planos golpistas.
Walter Braga Netto: general da reserva, foi ministro da Defesa e da Casa Civil no governo Bolsonaro e candidato a vice-presidente na chapa de 2022. É acusado de ter um papel de liderança na organização.
Alexandre Ramagem: ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ramagem teria usado sua posição para facilitar ações relacionadas ao golpe.
Almir Garnier: almirante de esquadra, comandou a Marinha durante o governo Bolsonaro e é apontado como um dos articuladores militares.
Anderson Torres: ex-ministro da Justiça, Torres é investigado por supostamente omitir-se ou colaborar com os planos antidemocráticos.
Augusto Heleno: ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Heleno teria participado de reuniões estratégicas para a execução do golpe.
Paulo Sérgio Nogueira: general e ex-ministro da Defesa, é outro militar de alto escalão acusado de integrar o núcleo principal.
Esses nomes não são desconhecidos. Muitos ocuparam cargos de destaque no governo Bolsonaro e agora enfrentam acusações graves. O que os une, segundo a PGR, é a participação em uma organização criminosa armada que planejou a “tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito” e um golpe de Estado.
Os oito acusados liberados para julgamento por Moraes enfrentam uma lista pesada de crimes. A denúncia da PGR os aponta como responsáveis por:
Organização criminosa armada: um grupo estruturado para agir de forma coordenada e com uso de armas.
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito: um plano para derrubar as instituições democráticas pela força.
Golpe de Estado: a intenção de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.
Dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da União: atos que causaram prejuízo ao país, como os ataques de 8 de janeiro de 2023.
Deterioração de patrimônio tombado: danos a bens históricos, como os prédios dos Três Poderes em Brasília.
Esses crimes, se comprovados, podem levar a penas severas. O foco da investigação está em provar que houve um plano orquestrado para manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas urnas. Você já parou para pensar no peso que essas acusações têm para a história do Brasil?
O julgamento ocorrerá na Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros: Alexandre de Moraes (relator), Cristiano Zanin (presidente da turma), Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux. Esse grupo é conhecido por sua firmeza em casos relacionados à defesa da democracia, o que gera expectativa de uma análise rigorosa.
A escolha pela Primeira Turma, em vez do plenário com todos os 11 ministros, foi alvo de críticas das defesas. Advogados de Bolsonaro e Braga Netto, por exemplo, questionaram a imparcialidade de Moraes, alegando que ele seria vítima e juiz ao mesmo tempo, já que o plano golpista incluía ameaças contra ele. Também pediram o afastamento de Zanin e Dino, mas ambos se declararam aptos, com respaldo do presidente do STF, Luís Roberto Barroso. Os pedidos para levar o caso ao plenário, onde estariam os ministros indicados por Bolsonaro (André Mendonça e Nunes Marques), foram negados.
A jornada até esse julgamento foi cheia de embates. As defesas tentaram diversas estratégias para mudar o rumo do processo. Além de questionar Moraes, Zanin e Dino, elas argumentaram que o caso deveria ser julgado por todos os ministros do STF, não apenas pela Primeira Turma. No entanto, o regimento interno da Corte, ajustado em 2023 para dar mais agilidade a ações penais, dá essa competência às turmas.
Outro ponto de tensão foi a sustentação de Moraes como relator. Em dezembro de 2024, o STF rejeitou, por 9 votos a 1, um recurso de Bolsonaro para afastá-lo, com Barroso afirmando que os crimes investigados afetam “toda a coletividade”, e não apenas Moraes como vítima individual. Essa decisão reforça o foco do Supremo em proteger o Estado Democrático de Direito.
Referência CNN