O Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet) realizou uma pesquisa junto aos profissionais da educação com objetivo de obter informações sobre as condições de retorno às aulas na rede pública, durante a pandemia do novo coronavírus. 481mc
A pesquisa foi realizada por meio de questionário on-line e ouviu 2.881 profissionais da educação da rede estadual e das redes municipais, no período de 29 de julho a 13 de agosto de 2020.
Na pesquisa, 67% dos trabalhadores responderam que têm ou moram com pessoas portadoras de comorbidades, que é a ocorrência de duas ou mais doenças relacionadas no mesmo paciente e ao mesmo tempo. Entre as diversas doenças citadas, constam diabetes, obesidade, hipertensão, tuberculose, as quais aumentam o risco de agravamento do quadro do paciente, caso seja infectado com o coronavírus. Em consequência, elas aumentam também o risco de morte do infectado.
Sobre o retorno ao trabalho, apenas 9% responderam que receberam as orientações necessárias para a volta às aulas, sejam elas remotas ou presenciais. Já 61% informaram que não receberam formação para atuar nas atividades semipresenciais.
Enquanto isso, 31,8% dos entrevistados disseram que possuem apenas celular como equipamento ou dispositivo tecnológico para ar a internet. Somente 13,2% disseram ter computador e/ou notebook, e unicamente 0,6% responderam ter um tablet.
Para o Sintet, esses números denunciam a precariedade da istração de aulas remotas. “Esse modelo de ensino remoto é inviável na atual conjuntura, já que uma grande parte dos trabalhadores afirma não ter dispositivos para conduzir essas aulas”, avaliou o presidente do Sintet, José Roque Santiago.
O perfil dos profissionais ouvidos descreve que 54% são lotados na rede municipal e 40% na rede estadual. Cerca de 44% dos entrevistados têm entre 35 e 45 anos e 81% são do sexo feminino, enquanto 70% de entrevistados/as são professores.