Notícias do Tocantins – Entre agosto de 2023 e julho de 2024, o Brasil contabilizou 396.629 mil falhas na assistência à saúde. Os dados foram levantados pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), com base em informações fornecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 4k1u37
Entre as ocorrências mais graves estão a istração incorreta de medicamentos, seja por dosagem ou tipo errados, e a realização de cirurgias em locais equivocados no corpo dos pacientes. Além disso, destacam-se casos de lesão por pressão, divididos em três tipos: contusão (lesão dos tecidos moles causada por trauma), entorse (alongamento dos ligamentos) e luxação, considerada a mais grave, em que há deslocamento do osso da articulação. Esses dados refletem a seriedade das falhas no sistema de saúde brasileiro e o impacto que podem ter na segurança do paciente.
No Tocantins, foram relatados 2.817 incidentes, sendo: evasão do paciente (837 registrados); falhas durante a assistência à saúde (550); lesão por pressão (254), dentre outras de maior gravidade como queda do paciente (205) e falhas durante procedimentos cirúrgicos (26). Esses incidentes causaram 48 óbitos e 316 situações graves.
Falhas na assistência à saúde são eventos que ocorrem durante o cuidado prestado ao paciente, podendo resultar em dano ou risco ao paciente. Exemplos incluem: erro de medicação, falhas na comunicação entre equipe, omissão de cuidados, infecções hospitalares evitáveis, erro de identificação de paciente ou procedimentos realizados incorretamente. Muitas dessas falhas são evitáveis e estão associadas à ausência de protocolos seguros.
Existem, no entanto, diversas medidas que podem ser implementadas para reduzir estes erros e até evitar óbitos. Uma delas é a implementação de processos de acreditação, que permitem às instituições adotar protocolos de segurança mais rigorosos para proteger os pacientes.
Recentemente, a ONA conduziu uma pesquisa com aproximadamente 100 instituições de saúde, para avaliar a redução de falhas após a implementação de medidas de segurança. “Mais de 30% dos entrevistados relataram que as falhas na istração de medicamentos diminuíram em 51%; os erros na identificação de pacientes caíram 52%; as infecções hospitalares reduziram 42%; as falhas na prescrição de medicamentos baixaram 35%; enquanto os problemas de comunicação diminuíram 37%. Houve ainda uma redução de 33% nas quedas de pacientes nos leitos e de 45% tanto nas falhas na esterilização de materiais quanto na manutenção preventiva dos equipamentos”, evidencia a gerente de Operações da ONA, Gilvane Lolato.
"A obtenção da acreditação é um processo desafiador que exige comprometimento, disciplina e uma profunda mudança cultural dentro das organizações. Além de aumentar a segurança no atendimento médico e na realização de exames e diagnósticos, também traz maior precisão e confiança tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde. O processo contribui ainda para minimizar riscos e reduzir falhas operacionais", acrescenta Gilvane.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que ocorram anualmente cerca de 134 milhões de eventos adversos em hospitais de países de baixa e média renda, levando a aproximadamente 2,6 milhões de mortes.
O cenário de acreditação no Brasil
Atualmente, das mais de 380 mil organizações de saúde no país, conforme Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), 2.030 são acreditadas por metodologias nacionais ou internacionais. A ONA detém 72,1% do mercado de acreditação, totalizando mais de 2.030 organizações acreditadas, sendo 68,4% de gestão privada, 22,2% de gestão pública, 8,3% da gestão filantrópica e 0,1% de gestão militar.
O Tocantins tem duas instituições acreditadas: Hospital Palmas Medical e Phitris Clínica de Ortopedia e Fraturas.