A possível utilização do míssil hipersônico experimental Oreshnik pela Rússia contra a Ucrânia nos próximos dias acendeu um alerta global. Essa arma, com capacidade de transportar múltiplas ogivas nucleares e atingir velocidades impressionantes, representa uma nova escalada no conflito. A preocupação foi intensificada nesta quarta-feira, após o Kremlin acusar Kiev de lançar mísseis de longo alcance ATACMS, de fabricação americana, contra um aeródromo no sul da Rússia. 2642d
O míssil Oreshnik foi usado pela primeira vez em novembro, durante um ataque à região de Dnipropetrovsk, na Ucrânia. Embora não carregasse ogivas na ocasião, ele demonstrou seu enorme potencial destrutivo e alcance de até 3 mil quilômetros, o que o torna uma ameaça não apenas para a Ucrânia, mas para toda a Europa. Segundo Vladimir Putin, a Rússia já iniciou a produção de novas unidades do Oreshnik, que pode atingir velocidades dez vezes maiores que a do som.
As características do Oreshnik o colocam em uma posição única no arsenal russo, pois além de seu poder de destruição, ele também funciona como um instrumento de intimidação contra a Ucrânia e seus aliados ocidentais. Uma autoridade americana afirmou, sob condição de anonimato, que a intenção do uso dessa arma é "intimidar a Ucrânia e seus aliados", embora não seja capaz de mudar significativamente a dinâmica no campo de batalha.
O temor de que a Rússia utilize o Oreshnik nos próximos dias ocorre em um contexto de intensificação dos ataques de ambos os lados. Na madrugada desta quarta-feira, Moscou acusou Kiev de utilizar seis mísseis ATACMS contra um aeródromo no sul da Rússia. Embora o Ministério da Defesa russo tenha informado que parte dos mísseis foi desviada ou abatida, o ataque causou danos materiais e feriu militares.
Em resposta, o Kremlin prometeu "medidas apropriadas" contra Kiev. Essa declaração reforça o clima de incerteza e tensão na região, principalmente após Putin ameaçar utilizar o Oreshnik contra "centros de tomada de decisão" em Kiev.
A introdução do Oreshnik como uma arma potencialmente operacional levanta preocupações globais. Especialistas alertam que, além de intensificar o conflito, a utilização de um míssil com essas capacidades pode abrir precedentes perigosos para futuros embates. Analistas também questionam se o uso dessas armas hipersônicas por parte da Rússia pode aumentar o risco de uma escalada nuclear.
Embora autoridades americanas afirmem que a Rússia possui apenas "um punhado" desses mísseis, a ameaça de que eles possam ser utilizados novamente, e desta vez com ogivas nucleares, causa apreensão. A Rússia informou os Estados Unidos com 30 minutos de antecedência antes do lançamento em novembro, mas Putin recentemente declarou que sua próxima ação pode ser mais imprevisível.
A guerra na Ucrânia já é uma das maiores crises geopolíticas do século, e a possibilidade de ataques com o Oreshnik aumenta as incertezas. Para a população ucraniana, a presença dessa arma simboliza uma nova fase de medo, especialmente com a ameaça de que ela possa ser usada a partir da Bielorrússia, aliada de Moscou, localizada a apenas 100 quilômetros de Kiev.
No entanto, permanece a dúvida: até onde essa escalada pode levar? E como os aliados da Ucrânia responderão a um possível uso dessa arma devastadora? O mundo acompanha com preocupação, ciente de que cada movimento estratégico pode alterar significativamente o rumo do conflito.