O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, havia concordado com um cessar-fogo temporário poucos dias antes de sua morte, conforme revelou o ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bou Habib. A notícia de que Nasrallah estava aberto a uma trégua de 21 dias trouxe à tona uma tentativa de estabilização na região que, infelizmente, não se concretizou devido aos acontecimentos subsequentes. 2j6i41
Segundo Abdallah Bou Habib, em entrevista à CNN, o cessar-fogo foi uma iniciativa proposta pelos presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron, durante a Assembleia Geral da ONU, com o objetivo de evitar uma escalada de violência. A trégua proposta visava proporcionar uma janela para a diplomacia, abrindo espaço para negociações e possíveis soluções para o conflito entre Israel e o Hezbollah.
Bou Habib explicou que o governo libanês consultou o Hezbollah antes de aceitar a proposta de cessar-fogo. Ele também mencionou que os líderes dos EUA e da França informaram que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também estava de acordo com essa pausa na guerra. A negociação seria mediada pelo conselheiro sênior da Casa Branca, Amos Hochstein, que deveria viajar ao Líbano para formalizar o acordo.
O cessar-fogo temporário de 21 dias teria sido uma tentativa de reduzir a tensão na fronteira e abrir espaço para conversas diplomáticas. No entanto, a morte de Hassan Nasrallah, em um ataque aéreo israelense em Beirute, mudou o curso dos acontecimentos. A notícia da morte de Nasrallah abalou a região, interrompendo as negociações e reacendendo a violência.
Habib afirmou que o Hezbollah já havia aceitado a proposta de cessar-fogo antes da morte de Nasrallah, e que tanto os americanos quanto os ses estavam cientes dessa decisão. A declaração conjunta dos líderes globais, emitida um dia antes do ataque aéreo, apelava por uma pausa na guerra para evitar maiores danos à população civil e às infraestruturas locais.
Uma questão relevante levantada durante a entrevista foi a diminuição da influência dos Estados Unidos na região. Bou Habib, no entanto, ressaltou a importância dos EUA no cenário político e diplomático do Oriente Médio, destacando que a ajuda americana ainda é vital para que qualquer cessar-fogo ou trégua seja respeitado por todas as partes envolvidas.
Habib acrescentou: “Não acho que tenhamos uma alternativa. Precisamos da ajuda dos Estados Unidos. Se a receberemos ou não, ainda não temos certeza, mas [os] Estados Unidos são muito importantes, vitais para que o cessar-fogo aconteça”.
A morte de Hassan Nasrallah trouxe novas incertezas ao cenário do Oriente Médio. O Hezbollah, sendo uma das principais forças políticas e militares no Líbano, desempenha um papel central nos conflitos da região. A ausência de Nasrallah, que era uma figura chave, pode resultar em uma reorganização das alianças internas e na intensificação das hostilidades entre Israel e os grupos que se opõem à sua presença.
A trégua que poderia ter trazido um alívio temporário para a população foi interrompida de forma abrupta, e o futuro dos esforços diplomáticos permanece incerto.
Esse episódio levanta questões sobre o futuro das negociações de paz no Oriente Médio e o papel dos líderes mundiais nessas discussões. O cessar-fogo temporário, que já havia sido aceito por ambos os lados, mostra que há espaço para a diplomacia, mas eventos imprevisíveis, como a morte de um líder, podem rapidamente desestabilizar as iniciativas de paz.
Será que esse evento fortalecerá ou enfraquecerá as tentativas de mediação por parte de potências internacionais como os EUA e a França? E, mais importante, como a população civil, que está no centro desse conflito, será impactada por essas decisões?
Fonte: CNN