Notícias do Tocantins – Morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, um dos maiores nomes da fotografia documental no mundo. Nascido em Aimorés, em Minas Gerais, Salgado era economista de formação, mas foi com a câmera na mão que ele registrou algumas das imagens mais impactantes sobre o sofrimento humano, os deslocamentos em massa e a urgência da preservação ambiental. Sua morte ocorreu em Paris, onde vivia com a esposa, Lélia Wanick Salgado, curadora e parceira de todas as suas grandes obras. 3f6650
Sebastião Salgado percorreu mais de 120 países retratando operários, migrantes, indígenas e povos isolados, sempre com sensibilidade e profundidade. Seus projetos “Trabalhadores”, “Êxodos”, “Gênesis” e “Amazônia” se tornaram referências mundiais no fotojornalismo e na arte fotográfica, com imagens sempre em preto e branco, marca registrada do autor. Em 2015, sua trajetória foi celebrada no documentário “O Sal da Terra”, indicado ao Oscar e dirigido por Wim Wenders e Juliano Salgado, seu filho.
Mais do que denunciar, Salgado também agiu. Em resposta ao processo de degradação ambiental observado na fazenda da família em Minas, ele e Lélia fundaram, em 1998, o Instituto Terra. A organização plantou mais de 3 milhões de árvores e conseguiu recuperar nascentes e a fauna da região, tornando-se um exemplo global de reflorestamento. Seu trabalho inspirou iniciativas semelhantes na Amazônia e no Cerrado, provando que é possível restaurar ecossistemas devastados.
No cenário atual, em que o Brasil busca equilibrar conservação e desenvolvimento, a figura de Sebastião Salgado se torna ainda mais simbólica. Seu legado une arte, ciência, ativismo e esperança. Ao captar a essência do humano e do planeta, ele ensinou que, apesar das tragédias, há caminhos possíveis, e urgentes, de reconstrução. Salgado parte, mas deixa uma floresta de imagens, ideias e exemplos para as futuras gerações.
Fontes: AP News, El País, O Globo, Instituto Terra, Wikipedia
Imagens de referência: Projeto Gênesis, Amazônia, Instituto Terra.
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