O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou, nesta terça-feira (21), que irá solicitar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o banimento do PMMA (polimetilmetacrilato) em procedimentos estéticos. Essa decisão representa uma mudança significativa no posicionamento do Conselho, que anteriormente defendia a aplicação da substância exclusivamente por médicos devidamente capacitados. 6v2s4c
O PMMA é um tipo de plástico amplamente utilizado tanto na indústria quanto na medicina. Segundo a Anvisa, ele está registrado no Brasil há mais de 10 anos para preenchimentos subcutâneos, sendo recomendado para corrigir alterações como depressões no corpo, sequelas de tumores, rugas e deformidades congênitas, como o lábio leporino.
Apesar de seu uso autorizado em tratamentos específicos, o PMMA é classificado como substância de "máximo risco" pela Anvisa. Esse alerta reflete o potencial da substância de causar complicações graves, como inflamações, infecções e danos permanentes.
Embora o PMMA seja permitido em determinados casos, ele não é indicado pela Anvisa para "aumento de volume, seja corporal ou facial". Contudo, seu uso indiscriminado em procedimentos estéticos, muitas vezes realizados por profissionais não habilitados, tem gerado uma série de complicações.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SB) e a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) condenam o uso da substância para fins estéticos. Segundo essas instituições, o PMMA pode causar problemas graves e irreversíveis, como infecções crônicas e deformidades.
Além disso, o produto também é utilizado em concentrações diferentes para a produção de plásticos e fibras acrílicas, destacando sua origem industrial, o que levanta questionamentos sobre sua segurança em usos estéticos.
A SBD recomenda o uso do ácido hialurônico como alternativa mais segura ao PMMA. Diferente do polimetilmetacrilato, o ácido hialurônico é uma substância naturalmente presente no organismo, o que reduz significativamente os riscos de reações adversas e complicações.
Até julho de 2022, o CFM argumentava que o uso de substâncias como o PMMA deveria ser a médicos capacitados. No entanto, o aumento das complicações relacionadas ao produto e a falta de regulamentação rigorosa no setor estético levaram o Conselho a reconsiderar sua posição. O pedido de banimento do PMMA reflete uma preocupação crescente com a saúde e a segurança dos pacientes.
Essa mudança também representa um marco na luta contra práticas estéticas inseguras, que frequentemente expõem pessoas a riscos desnecessários.