O afastamento do governador Mauro Carlesse (PSL) completará 30 dias neste sábado (20/11), porém, o que mais tem chamado a atenção é o absoluto silêncio que impera sobre o caso dentro da Assembleia Legislativa do Tocantins, com raríssimas exceções. 65r6x
O deputado estadual Júnior Geo (Pros) apresentou um pedido de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (I), mas conseguiu, tão somente, uma única das 8 que são necessárias para que as denúncias contra o governador afastado sejam apuradas pelo parlamento estadual. Só Elenil da Penha (MDB) teve coragem de o documento.
Nem mesmo os deputados que, em tese, são de oposição ao governo estadual, como parlamentares do PT (Zé Roberto e Amália Santana), não am o pedido de I. Isso demonstra que Carlesse tem o apoio de 22 dos 24 deputados estaduais.
Um pedido de impeachment também foi protocolado na Casa por um sindicato de servidores públicos, mas o presidente Antônio Andrade não deu nenhum andamento ao processo.
Nas redes sociais, o deputado federal Vicentinho Júnior (PL), um dos maiores críticos da gestão de Carlesse, atribuiu essa inércia da Assembleia Legislativa a uma “rotina diária de pressão a parlamentares” feita pelo governador afastado e sugeriu “obstrução de justiça”.
O congressista também afirmou que nunca teve dúvidas de que foi vítima de uma arapongagem (investigação clandestina) feita pelo ex-secretário da Segurança Pública, Cristiano Sampaio, a mando do governador afastado.
Nas suas postagens, Vicentinho fez questão de marcar os perfis oficiais da Assembleia Legislativa, do Ministério Público Federal (MPF), da Polícia Federal (PF) e também do próprio Carlesse.
No inquérito, a Polícia Federal revelou que o parlamentar teve os telefones interceptados clandestinamente e as informações colhidas foram parar em um dossiê apócrifo contra o deputado.