Um homem que tentou matar a ex-namorada por não aceitar o fim do relacionamento teve a pena aumentada de 11 anos para 14 anos de prisão. A decisão da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO) foi publicada na última terça-feira (21), após recurso apresentado pelo Ministério Público (MPTO). 4l3115
Conforme as investigações, a vítima Alaís Ribeiro da Silva foi esfaqueada com sete golpes de faca na mulher, e o autor, Leonardo de Sousa Silva, ainda teria feito um 'x' no corpo dela para deixá-la marcada.
A tentativa de homicídio aconteceu em janeiro de 2014 em Ananás, no Bico do Papagaio, e o condenado ficou foragido por cerca de 5 anos. No dia do crime a vítima estava em casa com o filho de 1 ano e 10 meses.
Como o crime ocorreu antes de 2015, quando entrou em vigor a lei que instituiu o feminicídio, o Ministério Público não pôde incluir na denúncia a qualificadora de tentativa de feminicídio, o que poderia elevar ainda mais a punição.
Segundo o Ministério Público do Tocantins (MPTO), o homem cometeu o crime após a vítima descobrir o relacionamento dele com outras duas mulheres. A mulher, que namorava com o condenado há dois meses, resolveu terminar o namoro por causa das traições.
Durante o interrogatório o homem confirmou que na época do crime tinha três namoradas e itiu que tentou matar a mulher porque suspeitou que ela havia começado um novo relacionamento.
Leonardo de Sousa Silva foi levado ao Tribunal do Júri em março deste ano, sendo condenado a 11 anos de prisão.
Por discordar da pena, o MPTO interpôs recurso requerendo o aumento da condenação, pois o crime foi cometido em contexto de violência doméstica contra mulher, movido por machismo e sentimento de posse que nutria sobre a vítima e ainda na presença do filho de Alaís, de apenas um ano e três meses de idade.
No TJTO, a pena foi aumentada para 14 anos de reclusão, com cumprimento inicial em regime fechado. Diante disso, na sexta-feira (24), a procuradora de Justiça Ana Paula Reigota Catini ajuizou embargos de declaração requerendo a prisão imediata do condenado para garantir a aplicação da lei penal, posto que, após o crime, Leonardo ficou foragido por cinco anos.