A menorragia, ou fluxo menstrual excessivo, é uma condição ginecológica que afeta milhões de mulheres, impactando a qualidade de vida e, em alguns casos, a saúde geral. Caracterizada por sangramentos menstruais intensos ou prolongados, a menorragia pode estar associada a problemas como miomas uterinos, endometriose ou desequilíbrios hormonais. Neste artigo, exploramos as causas, sintomas, complicações e opções de tratamento para ajudar você a entender e gerenciar essa condição. 386tt
Menorragia é o termo médico para um fluxo menstrual anormalmente intenso ou prolongado, que pode durar mais de 7 dias ou exigir a troca de absorventes a cada 1-2 horas. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 20% das mulheres em idade reprodutiva enfrentam esse problema, que pode ser causado por condições ginecológicas, hormonais ou sistêmicas.
A condição não é apenas um incômodo; ela pode levar a complicações como anemia por deficiência de ferro, fadiga crônica e até mesmo impactos emocionais, como ansiedade e baixa autoestima.
A menorragia pode ter diversas origens, desde alterações hormonais até condições estruturais do útero. As causas mais comuns incluem:
Miomas uterinos: tumores benignos no útero que aumentam o sangramento menstrual. São mais frequentes em mulheres entre 30 e 50 anos.
Endometriose: crescimento do tecido endometrial fora do útero, causando sangramentos intensos e dor pélvica.
Adenomiose: invasão do endométrio na camada muscular do útero, levando a fluxos intensos e cólicas severas.
Desequilíbrios hormonais: alterações nos níveis de estrogênio e progesterona, comuns em adolescentes ou mulheres na perimenopausa, podem engrossar o endométrio, aumentando o sangramento.
Pólipos uterinos: crescimentos benignos no endométrio que causam sangramento irregular.
Uso de DIU de cobre: embora eficaz como contraceptivo, pode intensificar o fluxo menstrual em algumas mulheres.
Distúrbios de coagulação: condições como a doença de von Willebrand podem dificultar a coagulação, aumentando o sangramento.
Medicamentos: anticoagulantes ou anti-inflamatórios podem agravar o fluxo menstrual.
Câncer endometrial: embora raro, sangramentos intensos em mulheres pós-menopausa podem indicar neoplasia.
Além disso, condições como obesidade, estresse crônico e doenças da tireoide (hipotireoidismo) podem contribuir para a menorragia.
Os sintomas da menorragia vão além do sangramento intenso. Fique atenta aos seguintes sinais:
Necessidade de trocar absorventes ou tampões a cada 1-2 horas.
Menstruação que dura mais de 7 dias.
Presença de coágulos grandes (maiores que 2,5 cm).
Sangramento entre períodos menstruais.
Fadiga, fraqueza ou falta de ar, que podem indicar anemia.
Dor pélvica intensa ou cólicas debilitantes.
Se você apresenta esses sintomas, é fundamental consultar um ginecologista para uma avaliação detalhada.
Quando não tratada, a menorragia pode levar a sérias complicações, incluindo:
Anemia por deficiência de ferro: a perda excessiva de sangue reduz os níveis de ferro, causando cansaço, palidez e dificuldade de concentração.
Impactos emocionais: o desconforto e a necessidade de trocas frequentes de absorventes podem gerar constrangimento, ansiedade ou isolamento social.
Infertilidade: condições associadas, como endometriose, podem dificultar a gravidez.
Qualidade de vida reduzida: a dor e o sangramento intenso podem limitar atividades diárias, como trabalho ou prática de exercícios.
O diagnóstico da menorragia começa com uma consulta ginecológica, onde o médico avalia o histórico médico, padrão menstrual e sintomas. Exames complementares podem incluir:
Hemograma: para verificar anemia ou alterações na coagulação.
Ultrassom pélvico: identifica miomas, pólipos ou adenomiose.
Histeroscopia: exame que visualiza o interior do útero para detectar anormalidades.
Biópsia endometrial: realizada em casos de suspeita de câncer, especialmente em mulheres acima de 40 anos.
Exames hormonais: avaliam desequilíbrios de estrogênio, progesterona ou hormônios tireoidianos.
O tratamento depende da causa, gravidade e planos reprodutivos da paciente. As opções incluem:
Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs): como ibuprofeno, reduzem o sangramento e aliviam a dor.
Antifibrinolíticos: o ácido tranexâmico diminui a perda de sangue ao melhorar a coagulação.
Contraceptivos hormonais: pílulas, DIU hormonal (Mirena) ou implantes regulam o ciclo e reduzem o fluxo.
Suplementos de ferro: para tratar ou prevenir anemia.
Análogos de GnRH: usados em casos graves, como endometriose, para induzir menopausa temporária.
Curetagem: remove pólipos ou tecido endometrial excessivo.
Ablação endometrial: destrói o revestimento do útero, reduzindo ou eliminando o sangramento. Não é indicado para mulheres que desejam engravidar.
Histerectomia: remoção do útero, reservada para casos graves ou quando outros tratamentos falham.
Embolização de artérias uterinas: minimamente invasiva, reduz o fluxo sanguíneo para miomas.
Manter um peso saudável para equilibrar os hormônios.
Reduzir o estresse com práticas como yoga ou meditação.
Adotar uma dieta rica em ferro (folhas verdes, carnes magras) para prevenir anemia.
Consulte um ginecologista se você:
Troca absorventes a cada hora ou menos.
Apresenta sangramento que interfere nas atividades diárias.
Sente cansaço extremo, tontura ou palidez.
Tem sangramentos irregulares após os 40 anos.
O diagnóstico precoce pode prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida.
Embora nem todas as causas de menorragia sejam evitáveis, algumas medidas ajudam a manter a saúde ginecológica:
Faça consultas ginecológicas anuais.
Monitore seu ciclo menstrual com aplicativos ou diários.
Mantenha uma alimentação equilibrada para evitar desequilíbrios hormonais.
Evite automedicação, especialmente com anti-inflamatórios ou anticoagulantes.
A menorragia é mais do que um simples incômodo menstrual; ela pode sinalizar condições como miomas, endometriose ou desequilíbrios hormonais. Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível controlar o fluxo excessivo, prevenir complicações como anemia e recuperar a qualidade de vida. Se você suspeita de menorragia, não hesite em buscar orientação médica. A saúde menstrual é essencial para o bem-estar físico e emocional.