PALMAS - Não é novidade para ninguém que o deputado federal Vicentinho Junior (PL) intimou o vereador Lúcio Campelo a sair do partido, para não ter nenhum empecilho na aliança política com o ex-prefeito Carlos Amastha (PSB). 6k3j15
Campelo foi um dos maiores críticos da gestão de Amastha, tendo denunciado, ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público, atos istrativos que considerou impróprios. Campelo conseguiu, até mesmo, derrubar judicialmente, o estratosférico aumento do IPTU, que havia sido aprovado pela maioria na Câmara de Vereadores.
Coalização indigesta
Nesta semana, o futuro de mais um ferrenho adversário de Amastha, o vereador de Palmas Milton Neris, caiu de bandeja nas mãos do ex-prefeito. É que, em nível nacional, o PSB de Amastha e o novo partido de Neris, o PDT, querem fazer uma aliança para as candidaturas de prefeito nas capitais. É aí que surge o problema.
Neris é o pré-candidato a prefeito do PDT. No grupo de Amastha os pré-candidatos são o vereador Tiago Andrino (PSB) e o deputado federal Vicentinho Junior (PL).
A faca e o queijo nas mãos
Em que pese o presidente do PDT do Tocantins – prefeito Jairo Mariano – afirmar que uma eventual composição com o PSB "não deve interferir" na indicação de Milton Néris – já que a candidatura conta o aval do presidente nacional Carlos Lupi – não é esse o cenário que se desenha.
Nesta quinta-feira (12) ocorrerá em São Paulo uma reunião para discutir a tal aliança nacional nas eleições e o único tocantinense presente será o presidente estadual do PSB, Carlos Amastha, que é um dos vice-presidentes nacionais do partido.
Levando-se em consideração a força de Amastha, na condição de um dos dirigentes nacionais da sigla; sua expressividade como líder estadual, considerando-se a quantidade de votos que obteve em 2018; e, por fim, sua gestão à frente da Prefeitura de Palmas, é possível que o ex-prefeito dê as cartas quando o assunto em pauta for as eleições na Capital do Tocantins.
Então não será surpresa se o PDT engolir uma imposição do PSB em Palmas em nome de um "projeto maior", que seria, por exemplo, ter candidaturas próprias em outras capitais – com maior contingente eleitoral – com o apoio dos pessebistas.
Se for para ser, que seja logo
A bem da verdade, se for para concretizar a aliança nas capitais, que seja logo. Assim, haveria tempo para Milton Neris refluir, migrar para outro partido, ou mesmo, desistir de ser candidato a prefeito, voltando a pensar na sua reeleição.
Muitas são as possibilidades, no entanto, menos mal se PDT lhe obrigasse, neste momento, a caminhar com Amastha. Até o dia 04/04/2020, a janela de transferências partidárias para vereadores está aberta e Neris poderia 'fugir' dessa arapuca.