Você já sentiu que está apenas "sobrevivendo" no trabalho, como se estivesse no piloto automático? Ou talvez tenha notado uma exaustão que não explica, mesmo após uma boa noite de sono? Esses podem ser sinais de Burnout, um estado de esgotamento físico e mental que afeta milhões de pessoas no mundo. 2r5k70
Reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019 como um fenômeno ocupacional, o Burnout não é apenas cansaço – é um alerta do corpo e da mente para algo mais sério. Neste artigo, exploramos os sintomas, as fases e estratégias práticas para identificar e combater o Burnout, ajudando você a proteger sua saúde mental.
O termo burnout foi cunhado pela psicóloga Christina Maslach, professora emérita da Universidade da Califórnia, Berkeley. Ela o define como “uma resposta ao estresse crônico no trabalho que não foi bem istrado”. Diferentemente de uma condição médica, o burnout é um conjunto de sintomas que inclui exaustão emocional, desinteresse pelo trabalho e uma visão negativa de si mesmo.
De acordo com a OMS, o burnout está relacionado a contextos profissionais, mas não se limita a eles. Estudantes, pais e cuidadores também podem sofrer com esse esgotamento. No Brasil, dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) mostram um aumento alarmante: em 2023, 421 pessoas foram afastadas do trabalho por burnout, um crescimento de 136% em relação a 2019, quando 178 casos foram registrados.
Por que isso está acontecendo? A professora Heejung Chung, do King's College London, aponta para a cultura do “sempre ligado”, intensificada pela digitalização. “Os trabalhadores têm dificuldade em se desconectar, tanto física quanto psicologicamente, do trabalho”, explica. Essa pressão constante tem um custo alto: no Reino Unido, por exemplo, o burnout gera perdas econômicas de mais de £102 bilhões (cerca de R$772 bilhões) ao ano, segundo a Axa (2024).
Embora o burnout seja frequentemente associado ao trabalho remunerado, ele pode afetar qualquer pessoa sob pressão crônica. A psicoterapeuta Claire Plumby destaca que as mulheres, em especial, enfrentam um risco maior devido à dupla jornada de trabalho e cuidados domésticos. Uma pesquisa alemã de 2020 com 20 mil trabalhadores revelou que 60% lidam com multitarefas, 48% enfrentam pressão por prazos e 46% sofrem interrupções constantes – todos gatilhos para o esgotamento.
Identificar o burnout pode ser desafiador, especialmente porque seus sintomas muitas vezes se confundem com cansaço comum. Mas há pistas claras que merecem atenção. Christina Maslach e outros especialistas apontam três sintomas principais:
Exaustão emocional: você se sente esgotado, mesmo após descansar. Pode haver sintomas físicos, como tontura ou desmaios, como no caso de Amy, uma executiva que desmaiava no chuveiro devido ao estresse acumulado.
Desinteresse pelo trabalho: o que antes era motivador agora parece irrelevante. Você pode começar a trabalhar no “piloto automático” ou evitar preparações importantes, como elaborar relatórios ou planos detalhados.
Autopercepção negativa: sentimentos de ineficácia ou baixa autoestima começam a surgir. Você pode se perguntar: “Por que não consigo lidar com isso">