Em 10 de abril de 2025, o Panamá anunciou um acordo que permite militares dos Estados Unidos em áreas próximas ao Canal do Panamá. O tema é delicado, pois lembra o controle americano sobre a via até 1999. Assinado por Pete Hegseth, do Pentágono, e Frank Ábrego, ministro panamenho, o acordo autoriza "treinamento, exercícios" em instalações como bases aeronavais e um aeroporto. Mas o que isso significa para a soberania do país? 5j2u21
O documento prevê uso conjunto de áreas pelo Panamá e EUA, mantendo a propriedade panamenha. Com duração de três anos, prorrogáveis, busca proteger o Canal contra "ameaças tangíveis". O chanceler Javier Martínez-Acha garantiu no X que "não foi cedido nenhum centímetro de soberania".
A presença americana evoca o ado, quando os EUA dominavam o Canal. Um estudo da Universidade do Panamá (2020) mostra que 62% dos panamenhos rejeitam bases estrangeiras. Quando Hegseth falou em "reviver" uma "base militar", o presidente José Raúl Mulino negou "presença militar permanente" ou "cessão de território", dizendo: "Retiramos os conceitos de presença militar permanente, de bases militares, de cessão de território, porque isso sim é inaceitável."
Donald Trump, desde janeiro de 2025, ameaça "recuperar" o Canal, alegando influência chinesa. Hegseth reforçou: "Estamos recuperando o canal." Empresas chinesas operam portos na região, o que preocupa os EUA, embora um relatório do CSIS (2024) não confirme controle direto da China.
O Canal gera 4% do PIB panamenho (US$ 5 bilhões em 2024). O acordo pode trazer tecnologia e treinamento, mas enfrenta protestos, com críticos como Saúl Méndez chamando-o de "traição". O Panamá, sem Exército desde 1989, busca equilibrar segurança e independência.