Notícias de Araguaína – A história da cadelinha Penélope, que ou por um evento de adoção após ser vítima de maus-tratos, e depois sofreu novamente episódios de agressões com a nova adotante, gerou revolta e comoção nas redes sociais. Nesta semana, o AF Notícias buscou informações sobre o quadro de saúde da cadela e a apuração do caso na Polícia Civil.
A presidente do Instituto Mundo Animal, Roberta Vaz, explicou que a cachorrinha está se recuperando bem, mas poderá ter sequelas, por causa das possíveis agressões que sofreu na região da pelve.
“A Penélope está evoluindo bem, de uma forma mais lenta, mas bem. O que mais nos preocupa neste momento é a pelve, que houve a quebra de alguns ossos importantes. A situação dela está sendo avaliada pela Dra. Luciane Lazzarotti e Dra. Ana Paula Gehring para ver se será necessário uma cirurgia ou outra forma de reabilitação”, explicou.
“Ela segue em tratamento da ferida, pois ainda está muito profunda, o que exige cuidados especiais”, informou Roberta. Disse ainda que a cadela continua muito assustada e tem medo da figura masculina.
“Mas aos poucos a Dra. Luciane está fazendo um processo de reabilitação neste ponto também. Um processo delicado, demorado, mas vai dar tudo certo”, completou Roberta.
A cachorrinha tem se alimentado muito bem e há dois dias começou a comer sozinha. “Ela está tentando andar, mas com o problema da pelve a gente não sabe o que vai vir no futuro. Ela já fez o raio-X e as médicas veterinárias estão avaliando qual será a melhor estratégia de tratamento”, explicou a presidente do instituto.
As representantes do instituto registraram um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil, e o delegado Luiz Gonzaga está responsável pelo caso. A adotante e o namorado poderão responder criminalmente por maus-tratos e também civilmente, arcando com os custos do tratamento da Penélope.
Sobre o Instituto Mundo Animal
O Instituto Mundo Animal foi criado para atuar na castração de animais e auxiliar pequenos protetores individuais que precisavam de auxílio com castração, alimentação, medicamentos.
“Até esse episódio da Penélope, ele [o instituto] não era conhecido. O nosso trabalho é mais junto com esses protetores e ao Centro de Castração do município, buscando auxiliar compras de insumos, quando necessários, para que as castrações possam acontecer voltadas para os protetores/protetoras que estão sendo acompanhados pelo instituto”, explicou Roberta.
“O instituto auxilia o projeto Gatinhos do Cimba, onde a gente ajuda na alimentação, medicamentos e consultas. Para isso, é claro, a gente precisa de recursos”, comentou.
O instituto é todo regulamentado, com estatuto, e foi criado para ajudar animais em situação de vulnerabilidade e auxiliar os protetores. “O instituto não é para resgate, é um trabalho mais voltado para auxiliar aquelas pessoas que cuidam de animais em situação de rua”, informou Roberta. Os principais parceiros nesse trabalho são a Clínica e Petshop Bichomania e a Birivet.
"Nosso trabalho é mais modesta, porém, o número de animais que já ajudamos e que está sob nossa tutela, não é pequeno", afirmou.
“O caso da Penélope foi o primeiro que o instituto pegou referente a maus-tratos. Em eventos de adoção, a gente não tinha se deparado com uma situação dessa, pois fazemos toda uma entrevista e o tutor assina um termo de compromisso com cláusulas no sentido de que a tutela não poderá ser reada para outra pessoa sem o conhecimento do instituto”, explicou Roberta.
“A gente sempre orienta: não deu certo a adoção, o que também é normal, o animal deve ser devolvido. A adoção não deve ser feita por impulso, não há obrigação, há o compromisso. No processo de adoção a gente organiza toda a documentação, orienta e mantém contato com o adotante por um período. Como alguns animais não são castrados, então a gente procura saber notícias, até mesmo para marcar a castração”, detalhou.
A presidente do instituto explicou que na adoção de animais adultos a adaptação é mais lenta, principalmente se for um animal habituado a uma vida nas ruas ou vítima de maus-tratos. “É realizado um trabalho para que o animal esteja emocional e fisiologicamente tratado, e o mais importante, saudável”, finalizou.
Também são membros do instituto a tesoureira Rejane Frazão; Elizabeth Ferreira (primeira secretária), Jaqueline Fernandes de Almeida (segunda secretária e advogada do instituto) e a médica veterinária Luciane Lazzarotti Reis.
Quem quiser ajudar ou apadrinhar algum animal dando apoio financeiro para tratamento ou outros custos, o Instituto tem um PIX:
Razão Social: INSTITUTO MUNDO ANIMAL
CNPJ: 46.421.261/0001-86